Eu quero, mas não consigo

Você já disse para si mesmo algumas destas frases?

  1. Este ano eu vou ler mais.
  2. Eu quero cuidar mais da minha saúde.
  3. Quero começar a meditar.
  4. Este ano vou aprender uma 2ª língua.
  5. Vou aprender xadrez.
  6. Quero me conectar mais com a natureza.

Mas aí chegou a segunda-feira, a rotina, as responsabilidades. E aquele frase ficou para amanhã, que ficou para semana que vem, que ficou para o mês que vem. Ou até, o pior de todos: “ah, quando eu terminar coisa x eu terei mais tempo, aí eu me comprometo com isso.”

Eu já repeti tanto o ciclo aqui de cima ☝️, que é até estranho escrever sobre isso. Inclusive, procrastinação é um tema que trato na terapia há bastante tempo (mas isso fica para outro post, foco aqui!).

O que eu descobri ao longo da minha jornada é que.. na grande maioria das vezes não vai existir aquele momento que você “tem mais tempo”. Ou seja, ou vai ser importante suficiente para se encaixar na minha vida/rotina ou vou ter que aceitar a verdade inconveniente de que.. não é realmente importante no momento.

Diagrama mostrando que existe um conjunto enorme das coisas que eu acho que eu quero. E um subconjunto substancialmente menor das coisas que eu realmente quero e fazem sentido na minha vida.
Importante reflexão: o conjunto das coisas que eu realmente quero e considero importante é muito menor.

Este exercício de autoconhecimento para entender o porquê eu quero algo é fundamental para poder negociar comigo mesmo, a importância disso frente as outras coisas.

Tá, até aqui.. é estranhamente simples: “preciso ter uma lista das coisas / objetivos que eu realmente quero perseguir e ter a clareza do porquê eu quero cada coisa.”
⚠️ o conceito é simples, executar é difícil. Mas o segredo é prática.

Ok, lista feita. Racionais de cada objetivo aparentemente claros ou com aquela sensação “não tá perfeito, mas é o melhor que eu consegui agora”. Ainda sim as vezes eu batia na trave e sentia que apesar de querer.. eu não conseguia.

Usando o exemplo de “este ano eu quero ler mais”. Como eu vou saber se eu conquistei o objetivo? O que eu mais recomendo é definir uma meta.

Por exemplo, quero ler 1 livro este ano ou 6 ou 12 ou 24 ou 48. Depende muito da definição do que vai ser sucesso para você.

Objetivo definido: ✅
Meta definida:✅

Agora é hora de quebrar a “grande meta” em pequenos passos. Afinal, você não lê 20 livros no ano se você não ler a 1ª linha do 1º livro. E geralmente, ler a 1ª linha do 1º livro você consegue fazer HOJE e não precisa deixar para “quando tiver tempo”.

💡 Acredito que muita gente conhece o livro “Poder do Hábito“, mas acho que para me ajudar a perseguir objetivos grandes, um dos livros que mais me ajudou foi o Hábitos Atômicos. James Clear (autor do livro) me ajudou a enxergar os micro passos que existem dentro dos hábitos e poderoso efeito cascata que existe em mapear e persegui-los.

Vou repetir aqui uma imagem que eu já usei em outro post no passado para fazer uma analogia:

Imagine que “UM ANO” seja seu objetivo grande. Olha a quantidade de Xzinhos que você precisa fazer para atingir este objetivo. É assustador, só de olhar da vontade de desistir, procrastinar ou sentir que não tem tempo.

Por outro lado, se o Xzinho do “UM DIA” for ler um paragrafo do primeiro livro, dá para fazer agora. Não parece assustador, é factível.

Objetivo definido: ✅
Meta definida:✅
Micro passos mapeados:✅

E por último, talvez um dos mais importantes passos para mim. E é algo que eu aprendi assistindo um TED bem antigo sobre educação.

Sir Ken Robinson: TED Talk “Como escapar do vale da morte da educação.”

Este TED é absolutamente fantástico (eu recomendo muito). E emprestando um pedacinho do que o Ken Robinson diz:

O papel verdadeiro da liderança é controlar o clima, criando um clima de possibilidade.

Acredito muito que a chave para atingir um objetivo, que eu realmente quero, é criar as condições mais ‘ideais’ para que eu possa atingir o objetivo. E voltando para o exemplo de ler mais:

Se ao sentar no sofa de casa, eu tô exposto ao controle remoto da tv, ao celular e a várias outras distrações.. qual a chance de eu usar esse tempo para ler? Baixa. A não ser que você já tenha uma enorme força de vontade para contrariar o “instinto de fazer o mais fácil”.

Então criar a condição ideal para que os micro passos da leitura sejam perseguidos é deixar os livros que eu quero ler sempre a mostra e de fácil acesso: seja na mesa de cabeceira, seja no banheiro, no sofa, no banco do carro ou na mala do trabalho.

Assim, fica mais difícil do seu cérebro ativar o piloto automático e deixar você a deriva vendo tv ou cansando o polegar de tanto insta, tiktok, fb ou qualquer outra coisa que você não esteja fazendo intencionalmente.

Objetivo definido: ✅
Meta definida:✅
Micro passos mapeados:✅
Hackear seu ambiente:✅

E apesar de eu ter construído o exemplo em cima da leitura, você pode repetir isso para praticamente qualquer objetivo.

Se você tiver que cozinhar saudável todo dia, qual a chance do “piloto automático” fazer você querer pedir um ifood, fazer um miojo ou qualquer outra coisa que conscientemente você não gostaria?


Tem alguns outros posts para você conferir:

Sem limões não tem limonada

Nos últimos 2 anos eu acompanhei muito pouco o futebol. Acho que a falta de torcida nos estádios e a própria pandemia foram fatores para isto acontecer.

No vazio deixado pelo futebol, eu conheci, por acaso, o canal de um dos streamers mais bem sucedidos do mundo. Para a minha surpresa: de um brasileiro. Ele transmite várias coisas em suas lives, mas eu conheci seu trabalho em uma transmissão da partida competitiva de um time brasileiro de um esporte eletrônico (CSGO).

Depois de umas 4 – 5 partidas assistidas, comecei a entender um pouco o “dialeto” e expressões, mas eu não podia dizer que admirava o Gaules.

Até que eu assisti este “trailer” que ele passou durante uma transmissão:

Desde o dia que eu vi este trailer, eu passei a assistir as lives do Gau não só pela(s) partidas, mas também por valorizar a volta por cima que ele tinha dado.

Se não bastasse isso, tive a felicidade de escutar o podcast “PrimoCast 152: Como se tornar o maior do mundo (Gaules)” enquanto dirigia. Além de arrepiado e emocionado com a história, acho que posso dizer que virei um fã do Gaules.

Eu sei que o podcast é longo (+-2h), mas a historia de vida dele é impressionante, a força de vontade é impressionante, as conexões que ele faz também é. E se eu tivesse que destacar algo de tudo que eu assisti / ouvi é a postura que o Gau aprendeu a ter diante de um obstáculo.

Parece que o Gaules aprendeu a ver os obstáculos como uma solução ou até como o caminho a ser seguido. Como se o sucesso que ele tem hoje fosse proveniente da atitude que ele teve diante de tanta dificuldade e rasteiras da vida. Esta é inclusive a inspiração para o título deste post: você só pode fazer uma limonada se enxergar os limões que a vida te dá, pegá-los, cortá-los, espreme-los…

Esta ideia que o “O Obstáculo é o caminho” não é algo exclusivo do Gau. O obstáculo é o caminho é o título de um livro sobre estoicismo escrito por Ryan Holiday. Autor que eu também encontrei durante a pandemia e que hoje esta na minha lista de “pessoas que valem a pena serem seguidas”.

📚📖 Ryan Holiday fez um resumo do próprio livro em seu canal no YouTube. Que demonstra que ele também é uma pessoa um tanto quanto não convencional e motivado por um propósito maior, assim como o Gaules.

Acho que este podcast é meio atemporal, mas dado que estou escrevendo nas últimas semanas do ano, o peso da recomendação é ainda mais forte. 👇

A Bicicleta da Vida

Nas últimas semanas (na grande maioria das vezes) acordei entre 5 e 6h30 por causa do chorinho de um cachorro filhote. Por algumas vezes, sem nem ter acordado direito sai da cama quente e fui abrir a porta do quintal e/ou dar ração ao pequeno Nash.

Além de acordar cedo, ter um cachorro (ainda mais filhote) te impõem uma série de coisas como: varrer / aspirar a casa mais vezes por causa dos pelos, secar xixi, passar produto para não ficar cheiro, catar o cocô, separar tempo para brincar com ele e muito mais coisas que você não faria (só por você, obviamente).

E qual a relação disso com a vida?

Para mim: vontade vs procrastinação. Ter algo ou alguém que exige sua dedicação, remove em grande parte o espaço para “deixar para depois” e nunca fazer. Tipo isso 👇

Nash dando um cochilo bem capotado

E parando para refletir um pouco sobre a vida, os compromissos “inegociáveis” me colocaram em movimento e este movimento me fez sentir melhor e consequentemente crescer (mesmo que forçadamente).

Estes compromissos foram (e continuam sendo) diversos, como:

  1. Escola
    • Inclusive, a melhor definição que eu li sobre esta fase é: “a infância é como um rio e a maior parte de nós segue como girinos descendo o curso da água em um grande grupo”. Obs: esta excelente definição esta até graficamente desenhada neste artigo do WaitButWhy.
  2. Faculdade
  3. Trabalho
  4. Casamento
  5. E a lista continua…

Uma constante na minha lista é a presença de outras pessoas (e agora do Nash também). Algumas vezes meu auto-sabotador me vence (e me leva a procrastinação) quando preciso fazer algo que só depende de mim e com majoritariamente benefício meu.

A situação muda muito de figura quando alguém tem uma expectativa em relação a algo que eu preciso fazer. Funciona muito bem no trabalho, na terapia e também na academia (afinal eu treino com a minha esposa e com personal).

A relação que eu faço disso tudo com andar de bicicleta é:

Você só fica equilibrado se a bicicleta estiver em movimento.

É como se para continuar evoluindo eu precisasse estar em movimento, ou seja, tendo um (ou vários) compromissos.

Ao ter um ritmo, uma rotina – com estes compromissos – é como se eu criasse a condição ideal para ser mais produtivo com as coisas fora da rotina.

Talvez você esteja coçando a cabeça e pensando que isso é meio contra-intuitivo. E realmente é. Talvez a conexão do porque isto funciona é que a medida que você vai realizando coisas, isto alimenta sua cabeça a buscar mais coisas para realizar, afinal, isto trás um sentimento bom.

E olha só o bilhete da sorte que tirei ontem (inevitável não relacionar com o post do trabalho bem feito):

Aqui tem uma cilada importante que eu busco evitar:
“Diante dos vários caminhos que eu posso seguir, será que eu estou seguindo o melhor caminho?”

A reflexão é válida, mas o medo da incerteza não deve me manter paralisado ou enraizado em um local tentando “achar” o melhor hobby, o melhor emprego, o melhor livro, o melhor momento.

Ao escrever isto, eu fiquei muito curioso. Será que só eu sinto e/ou penso assim? Sigo pedalando e descobrindo um pouco mais de mim a cada dia, semana, …

[atualizaçãozinha 2023] A Cris Junqueira, fundadora do Nubank fez uma reflexão muito legal e alinhada com o que eu tentei escrever neste post e no post do “Qual jornada“.

É em no final desse episódio do Primocast, a marcação exata 1:07:46

Alguns dos meus outros textos 👇

Escolhendo livros

Faz algum tempo já que não tenho lido livros de história. A maior parte das minhas leituras tem sido de livros de negócios, autoconhecimento, comportamento, liderança e eventualmente até biografias.

É engraçado porque aqui em casa, minha esposa e eu somos opostos neste sentido. O trabalho dela é basicamente ler e escrever (e naquela linguagem jurídica nada acessível). Então nos últimos anos ela tem lido (e muito) livros de histórias.

Portanto o processo que eu uso para escolher as próximas leituras é mais voltada para livros que eu mencionei ali 😉

Acho que este meu processo acaba se dividindo entre formar uma lista de interesse1 e confirmar se realmente é um livro que quero ler2 – para só então adicionar o livro no carrinho (acho que 99% dos meus livros eu comprei na amazon, acho a melhor experiência e custo/benefício).

1. 📚 encontrando livros interessantes

A formação da lista vem principalmente das pessoas que eu sigo. Acredito muito que as pessoas a sua volta – e isto inclui as pessoas que você segue – influenciam muito quem você é hoje e poderá ser amanhã.

Uma das minhas redes sociais preferidas é o LinkedIn e olha só o exemplo de posts que chamam a atenção e eventualmente podem colocar o livro na listinha de interesses:

Geralmente são posts de recomendação, mas também vejo com frequência publicações de autores (por segui-los), como por exemplo Simon Sinek, Angela Duckworth e Ryan Holiday

Também acompanho algumas pessoas que tem o hábito de sugerir livros que gostaram, como o Bill Gates que tem uma sessão em seu blog pessoal com sugestões de leituras.

A lista do Gates é muito interessante porque são livros de temas bastante diversos.

Isto super ajuda a não ficar “restrito” a um só tipo de segmento / tipo.

Eventualmente também aparecem boas sugestões em podcasts / vídeos do youtube. Estas nomeações também acabam entrando em uma lista prévia.
HBR Idea Cast: já me rendeu boas indicações de livros (liderança, comportamento)
Primocast, Stockpickers: bons conteúdos e boas sugestões de autores e livros (mais voltado para investimentos e negócios)

Bom, com toda uma rede de captação de sugestões, como definir se eu realmente quero ler aquele livro?


2. Quero ler?

Nesta parte, não é muito uma questão de “valer a pena” para mim, afinal eu acredito que dá para extrair insights de praticamente todo livro. Vejo muito mais como uma questão de tempo/priorização:

Será que este livro tem a linguagem, profundidade, estilo que realmente vai me fazer investir tempo e dinheiro? Inclusive já ouvi gente dizendo que tem mais para ser lido do que tempo para ler: ou seja, é uma questão de priorização.

Um ‘filtro’ que eu uso com frequência para decidir se vou ler ou não um livro é um serviço/app chamado Blinkist.

Eles fazem ‘blinks’ sobre os livros contando um pouco dos highlights de cada livro. Isto acaba sendo um bom crivo para decidir se vou ou não priorizar aquele livro.

O blinkist é em inglês e não é tão barato.. e recentemente ganhei de benefício do cartão de crédito ELO a assinatura do irmão brasileiro do blinkist: o 12minutos

Ainda não tenho uso suficiente para dizer, mas até agora eu achei o conteúdo feito pelo blinkist bastante superior e com mais títulos disponíveis, mas não deixa de ser uma alternativa.

Além disso, gosto de ver as recomendações das pessoas sobre os livros. Vejo isso tanto na própria Amazon quanto no goodreads.

Nem todos os livros da lista de interesse passam por todo este processo, mas principalmente os livros que eu não tenho tanta certeza se quero ler passam sim por uma validaçãozinha extra.

E para você que chegou até aqui e quiser saber quais leituras eu recomendo muito, tem uma parte especial aqui no blog dedicada a isso:
leodabague.com/recomendacoes/

Plantar uma árvore, ter filhos e escrever um livro

Escrever este post é um misto de alegria, gratidão e acima de tudo, de muito orgulho.

Não existem receitas para coisas amplas e complexas como a plenitude, a felicidade ou até mesmo para a vida.

Ainda sim, existe um ditado popular que sugere que se você plantar uma arvore, ser mãe/pai e escrever um livro, você provavelmente teve vivências, experiências e sentimentos que fizeram muita diferença na sua vida.

Eu ainda não cheguei lá. Sigo plantando árvores, cuidando de um cachorro bagunceiro e dividindo a minha jornada com meu amor.

Mas o meu maior mentor acaba de completar esta tríade! E eu posso dizer que eu sou uma das pessoas que ajudou ele a completa-la, afinal.. sou filho dele! 🥰

Sempre soube que meu pai gostava de escrever. Inclusive, minha mãe guarda até hoje uma carta que meu pai escreveu para meu avô. Carta esta que tocou o coração da minha mãe com a demonstração profunda de sentimento.

E foi no final da década de 90 que meu pai passou a dizer que estava escrevendo um livro. De história em história, de conto em conto, fui entendendo que este primeiro livro era sobre o “Despertar da Consciência”. O livro era complexo, exigia bastante do leitor e meu pai acabou não publicando.

Os anos se passaram e as ideias continuaram fervilhando na cabeça dele, então ele passou a usar todo conhecimento aplicado no 1º livro para fazer um novo livro: mais prático, mais lúdico, mais pautado na vivência e dia-a-dia de personagens bastante característicos de sua vida. E assim nasceu seu 2º livro: leve, atual e com uma profundidade que se ajusta a cada tipo de leitor.

📖 O livro se chama Jornada dos Vencedores e esta disponível na Amazon – somente na versão digital.

Esta versão é em português, mas em breve será publicado também uma versão em inglês.

O orgulho desta obra é enorme. Não só pelo fato do livro ter sido escrito pelo meu pai, mas também porque algumas ilustrações do livro foram feitas pela minha irmã: como a capa e a árvore que sumariza o livro 👇


👈 Este post no insta também é parte da iniciativa de contar um pouco mais alguns dos vários aprendizados do livro e instigar atuais e novos leitores a se interessarem por este conteúdo de autoconhecimento, liderança e também de vida.

Enfim, muito obrigado Pai.
Você é meu orgulho, minha inspiração e meu professor. Parabéns pela conquista, te amo muito!

Perguntas que fazem a diferença

Este é um conteúdo que eu gostaria de ter feito em forma de vídeo ao invés de post no blog, porém eu sinto que eu ia procrastinar um tanto mais porque ainda não estou com o escritório montado em casa (e eu ainda tenho vergonha de gravar em público).

Ainda sim, vou me esforçar bastante para que a minha escrita se aproxime de alguma forma do que eu gostaria de dizer sobre o assunto.

Eu já me considerava alguém que refletia com frequência, mas depois de me interessar por estoicismo, acho que esta reflexão ganhou um pouco mais de profundidade e consistência.

Eu vou prestar atenção constantemente em mim, inclusive vou colocar cada dia sob analise.

seneca, Filósofo Romano

Na minha cabeça não é difícil concordar que reflexão faz bem e que é interessante fazer com frequência e consistência. E na prática, como exercitar isso?

Com algumas boas perguntas para se fazer com frequência:

  1. Se eu não precisasse de dinheiro (para viver), o que eu estaria fazendo?
    • Esta é uma das perguntas que eu mais me faço e também faço para outras pessoas.
    • Para mim não é uma questão de “não trabalhar” ou passar a vida viajando. É algo mais.. profundo. Tipo o conceito ikigai. Enfim, sei que isto dá pano para manga para um post inteiro.
  2. O que é um dia ideal para mim?
    • O que acontece em um dia perfeito para mim? Quem eu encontro? O que acontece? Que horas eu acordo? Por que é me deixa feliz e realizado?
    • Baseado no que você vai descobrindo ao ‘montar’ um dia ideal, eu acabo tendo noção se o que eu faço hoje me leva mais próximo disso ou não.
    • E além disso, escutei um Shortcast no Blinkist chamado ‘Beyond The ToDo List’. Naquele episódio o entrevistador fala com a autora Brooke McAlary e ela sugere que você consegue inserir coisas que você faria em um dia ideal no seu dia-a-dia comum. Infelizmente o shortcast não esta disponível de maneira gratuita, mas encontrei a versão podcast 🎧 Episódio completo (em inglês)
  3. Com quem eu passo tempo?
    • Eu admiro as que eu convivo? Por quê?
    • Tem gente que eu convivo que vai para o lado contrário do que eu busco?
    • Para ajudar a responder as últimas duas perguntas, eu comecei pensando nas pessoas ‘bem sucedidas’ que eu conhecia e isto me deu ainda mais pistas do que eu valorizava e porque.
  4. Isto esta sob o meu controle?
    • Este é um dos fundamentos do estoicismo: se preocupar/agir sobre o que você de fato controla e deixar o que você não controla de lado.
    • A pergunta é sempre um lembrete da tarefa simples porém difícil de perceber se a situação depende ou não de você.
    • Ou seja, não adianta eu ficar bravo porque esta chovendo. Isto eu não controlo. O que eu posso fazer para contornar a situação ou transforma-la a meu favor? Não adianta ficar encarando a chuva.
  5. Isto realmente importa?
    • Quantas vezes eu me preocupei, gastei tempo, esforço e dinheiro com situações e/ou coisas que não importam de fato.
    • Inclusive opiniões, discussões, preocupações e mais uma enormidade de coisas na lista.
    • Além disso, saber o que realmente importa me ajuda a focar no que importa e me sentir mais próximo dos objetivos com isso.

Se você somar a pergunta 4 & 5, você chega neste diagrama ‘famoso’ na internet:

Dois circulos simbolizando 2 conjuntos de coisas. Elas tem uma intersercção entre elas marcada com um "alvo".

Um circulo simboliza o conjunto de coisas que a gente controla e o outro simboliza o conjunto das coisas que importam para você.

É neste encontro do que você controla e importa para você, que devemos focar nos esforços.

Uma imagem da muralha da China no outono com uma pergunta escrita sobre a imagem: "Qual significado da vida?"

QUAL SIGNIFICADO DA VIDA?

💭 Esta é uma pergunta comum e ampla. E um famoso sobrevivente do holocausto deixou um pensamento muito importante e que combina com as perguntas que mencionei acima:

As pessoas se perguntam qual seria o sentido da vida, quando na verdade é a vida que nos pergunta qual sentido que nossas ações/decisões trarão para a vida.

Viktor frankl

A primeira vez que li/escutei isso.. fiquei pensando por uns minutos. Se você também sentiu o mesmo impacto, deixo essa trilha sonora para te acompanhar 👇

O poder do Journaling

Journaling pode ser definido(a) como a prática de escrever / documentar seu dia-a-dia, escrever sobre suas emoções e sentimentos. Você provavelmente conhecia o termo como “escrever um diário” e provavelmente tem um preconceito com este termo. Então antes de clicar no ❌e sai correndo, olha só:

Você aumenta a probabilidade de atingir seus objetivos/sonhos em 42% ao escrever sobre eles diariamente.

Prof. Gail Matthews da Dominican University of California

Eu sei, 42% não é 100%. Ainda sim, eu uso journaling para várias coisas. Então mesmo que se eu melhorasse só 10% minha chance de atingir meus objetivos já valeria o esforço de deixar as coisas organizadinhas no papel / excel / app de anotações.

Eu prefiro papel e caneta para anotar e também por poder rabiscar. Então geralmente gosto de usar cadernos grandes (tipo 25×25 usado por desenhistas ou espaçoso). E vou anotando tudo nele, tipo assim:

Entretanto, eu me mudei recentemente e estou trabalhando em uma mesinha improvisada e sem muito espaço. Então além do caderno, eu também uso um Google Spreadsheet (que é um excel online) para anotar as coisas no celular / computador a qualquer hora e lugar.

Bom, independente da forma, meu journaling tem praticamente 5 elementos:

  1. Objetivos | era anual, agora reviso semestralmente
    Aqui basicamente eu tento responder a seguinte pergunta: “o que eu preciso ter feito / conquistado para me sentir mais realizado ao final daquele ano?”
    Então tem minha lista de 📚 livros para o ano, tem objetivos pequenos, objetivos grandes, tem um pouco de tudo. Este tá sendo meu 4º ano em sequência anotando todos os objetivos.
  2. Agradecimentos | semanal
    Eu preciso confessar: eu achava que o exercício da gratidão era bobagem. Até me incomodava quando eu escutava alguém falando gratidão muitas vezes. E acho que fazer terapia me ajudou muito a externalizar mais este (e outros) sentimentos.

    Hoje eu acho que sou mais conscientemente agradecido pelas coisas e também percebo que dou mais valor para coisas que nem reparava antes.
  3. Fechamento do dia
    Descobri este “método” por acaso enquanto navegava pelo site do Etsy (o Elo7 americano). Você cria uma escala para melhor definir como foi aquele dia para você. No meu caso, a escala é: excelente, bom, neutro, nervoso e triste/doente.

    Comecei fazendo 1 semana, depois 30 dias e agora já passei mais de ⅓ do ano fazendo isso. E depois de alguns dias, além de refletir e determinar um sentimento, eu passei também da anotar os highlights de cada dia: fossem eles bons ou ruins.

    Também escrevi um pouco mais sobre isso em um post anterior:
    Refletir mais = ser melhor
  4. Captura das tarefas / pendências
    Sempre achei prático fazer uma lista de tarefas do que eu precisava fazer.
    E ao encontrar o blog da Thais Godinho e ler o A Arte de Fazer Acontecer tudo ficou ainda mais claro.

    Eu não consigo executar algo bem se estou pensando nas mil coisas que eu tenho que fazer e não posso esquecer. Então eu passei a usar as listas como uma forma de “livrar” minha cabeça para se concentrar naquela atividade que estou realizando naquele momento.

    Obs: tem um problema aqui que eu não consegui resolver ainda. Tem alguns períodos que eu termino um dia com mais tarefas para fazer do que quando comecei. No livro, David Allen sugere que você reserve um tempo para fazer um processamento das tarefas e decidir se você vai descartar, delegar, programar ou executar as tarefas, mas tem alguns momentos que acho isso bem difícil.
  5. Mapas mentais
    Eu sempre fiz meus rabiscos para me ajudar a entender coisas complexas ou deixar alguns conceitos mais claros ou só por rabiscar sem pensar mesmo. Mais tarde descobri que alguns esquemas visuais que eu fazia são chamados de mapas mentais.

    No meu caso, eu consigo lembrar depois dos mapas mentais que eu faço. Principalmente das cores diferentes de cada informação.

Este vem sendo meu ‘método’. Inspirado em várias coisas, mas sem necessariamente seguir uma receita de bolo de alguém. O mais importante foi chegar em uma lógica que eu pudesse seguir diariamente e que me ajudasse a ser melhor (mais feliz, mais realizado, menos ansioso e com mais certeza que estava perseguindo meus objetivos).


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O habito de escrever sobre meus objetivos, conquistas, tarefas para serem feitas tem me ajudado muito a ser alguém que realiza mais, reflete mais e também me ajuda a reduzir stress e ansiedade.

Bagunça e procrastinação

Voltei! Foram 49 dias sem aparecer por aqui.

Inicialmente por algo bem positivo e bacana, mas depois eu procrastinei sem entender o porquê. Agora eu acho que entendi e vim escrever sobre.

No inicio de Julho eu tirei uma semaninha de férias para me mudar. Então posso dizer que por mais ou menos uns 10-15d minha ausência foi super bem embasada porque eu estava encaixotando as coisas e transportando pelos 14km que existem entre o antigo e o novo endereço.

Além de transportar, tem toda a novela de instalar internet, transferir os cadastros de energia, água, conta do celular, do banco.. construir um armário provisório e várias outras coisas que me deixaram super imerso e ocupado durante alguns dias.

Mesmo com toda mudança feita e as coisas se ajeitando, parece que em Julho eu não consegui encontrar “espaço” para escrever. E na última sessão de terapia, tropecei neste assunto e fiquei com a lição de casa: “Por que estou procrastinando para escrever? Ainda mais sabendo que escrever aqui é algo que me ajuda e que gosto de fazer?”

Coincidentemente, na sexta-feira (à noite) minha esposa quis reorganizar nossas estações de trabalho improvisadas na sala de jantar. Movemos várias caixas, malas e coisas que estavam na sala para um ‘quartinho da bagunça provisório’ e deixamos nossa sala ‘clean’. Sem nada por cima, tudo guardado e organizado.

Ao acordar sábado de manhã parecia que minha vontade de escrever tinha sido restaurada, mesmo com um monte de coisas para fazer e resolver. Tirar toda bagunça da sala (e provisoriamente de onde estou trabalhando) foi como tirar o pé de cima da mangueira d’agua de criatividade e produtividade.

E apesar de não ter tido tempo de escrever nada no sábado, hoje acordei com a cabeça pulsando de ideias e pensamentos. Enquanto eu lavava a louça do almoço, escutei o episódio do PrimoCast com Clóvis de Barros Filho e acabei sentando para escrever novamente depois deste hiato 😁

Apesar de ainda estar no meio do processo de deixar o novo lar arrumado, descobri (acidentalmente) quão importante é para mim ter um lugar harmônico para poder sentar e produzir. Como se isso fosse importante para que meus pensamentos pudessem ficar organizados e mais claros.

Este post é super importante para mim, porque eu comecei a escrever algumas semanas atrás sobre a importância e o impacto que o journaling trouxe para mim.

Inclusive, eu mantive meu hábito de registrar diariamente como eu avaliei sobre cada dia e quais foram os pontos altos/baixos de cada dia, mas ainda sim, em nenhum momento eu detectei que eu estava inconscientemente procrastinando por causa da bagunça/desorganização. Com estes acontecimentos, me lembrei de um discurso que um Fuzileiro Naval deu para uma turma de formandos da Universidade do Texas em 2014:

O William H. McRaven escreveu posteriormente um livro chamado “Faça Sua Cama”. Tá na minha lista de leitura 🙂

E para quem também quiser colocar este livro na lista das próximas leituras, segue o link da amazon para o “Faça sua cama”.

Para mim, mais uma prova que a jornada do autoconhecimento é algo contínuo e sem manual ou linha de chegada e cheia de ineditismo.

Dias difíceis.

Já teve algum dia, semana ou mês que foi pesado?

Ao chegar no final desse dia na sua lista de gratidão diária consta apenas:
“Agradeço por este dia ter acabado.”

Eu já. E neste período denso de pandemia, senti ainda mais necessidade de entender o que me deixou esgotado e porquê. Afinal você tem bem menos chance e liberdade de esvaziar / descarregar o peso de maneira não intencional estando ‘enjaulado’ em casa.

Bom, meu processo tem sido relativamente simples. Ao final de cada dia, eu coloco uma das 5 cores que melhor definiu aquele dia. E também coloco um comentário na célula daquele dia com um destaque do dia. Algum fato marcante do dia, alguma conversa, uma frase, uma opinião ou ideia.

Ao fazer isso por algumas semanas em sequência, eu chego em uma “mapa” parecido com este:

Foi feito no google sheets, então consigo acessar deitado na cama pelo celular 🙏

Este hábito me trouxe pelo menos 3 benefícios bem tangíveis até agora:

  1. Por no mínimo 5 minutos por dia eu reflito para montar o comentário do dia e também para prestar atenção em como eu avalio aquele dia. Me sinto mais consciente em relação as emoções que senti.
  2. Consigo perceber que as vezes o sobrepeso daquele dia / semana não vem de algo isolado, as vezes é algo só me ‘afetou’ porque eu estava imerso em uma semana predominantemente estressante.
  3. É um prato super cheio para levar para a terapia. Isto reduziu a quase zero o sentimento de não ter levado para os valiosos 45m de cada consulta algum tema / evento importante.

Bom, mesmo com este processos.. tem dias que “simplesmente” vão ser difíceis.

Ainda sim, independente do tamanho do problema, sabe quantos dias difíceis a gente consegue suportar? 👉

É isso que o post da (mega talentosa) @lizandmollie diz:

Uma poderosa forma de construir sua confiança é lembrar de tudo que você já passou. Sair sozinho(a) do buraco requer muita força. Então particularmente em dias difíceis, lembre: Você suportou tempestades antes, você vai conseguir de novo. Tudo vai passar.

Eu sei que no meio da tempestade é super difícil procurar por alguma perspectiva positiva para o seu dia difícil, mas se você pensar friamente, toda dificuldade te prepara para ser melhor, para amadurecer, para ser mais empático.. ter casca, resiliência ou qualquer outra coisa.

Apesar de saber racionalmente isso tudo, as vezes eu não consigo me sentir mais leve naquele momento.

Nestas horas é bom apelar para sabedoria alheia. Seja em livros, podcasts, TEDs e ou visitas presenciais. A gente deve “aproveitar” que teve gente que já viveu uma pandemia, uma demissão, uma perda, uma derrota.. e escreveu ou falou sobre isso. Tem inclusive um pensador estoico (que não me lembro agora) que fala que não aproveitar a sabedoria dos nossos antecessores é um enorme desperdício.

Para concretizar isso, vou colocar a citação de uma pessoa que foi recentemente (2021) no “America’s Got Talent” e disse o seguinte:

“Você não pode esperar até que a vida deixe de ser difícil para decidir ser feliz.”

Jane ‘Nightbirde’

Vi este vídeo pela primeira vez depois de ter passado por duas semanas cheias e recheadas desafios (cabeludos).

Em alguns momentos me senti pesado, nervoso e ansioso.

E depois de ter visto esta “audiência” da Jane na AGT, aproveitei da sabedoria da dura vivência dela, para enxergar que talvez os meus problemas naquele momento, estão bem longes de serem incontornáveis.

Re-ler meus comentários das semanas anteriores foi uma experiência diferente do que tinha sido antes de ter assistido a Jane cantar e dar seu depoimento.

Se você quiser ver, segue o original.

Quanto você precisa ter investido para poder cobrir 100% das suas despesas com rendimentos?

Sei que este é um conteúdo diferente dos meus conteúdos tradicionais, porém.. falar de dinheiro ainda é um TABU aqui no Brasil. Saber controlar seu dinheiro, falar sobre dinheiro, estar em paz com o dinheiro também é um componente importante para uma boa vida. Então, vamos lá!

Para fazer esta conta, você precisa saber um número que provavelmente você não sabe e não vai gostar de saber (pelo menos na 1ª vez).

Antes de ir para o texto, tenho alguns disclaimers bastante importantes:

  1. Este post não é uma recomendação de investimento
  2. Independente do que te falarem: renda variável sempre terá risco
  3. Os números que vou mostrar são embasados em dados do passado
  4. Você vai encontrar vários conteúdos em inglês com a sigla FIRE🔥 que falam sobre o tema.

Eu vou me concentrar apenas na parte do “FI” → independência financeira

Bom, provavelmente existem outras considerações importantes, mas qualquer coisa eu edito depois e atualizo. Vamos ao que interessa!

Para fazer esta conta, você vai precisar descobrir o quanto você gasta por ano com absolutamente tudo: aluguel, água, luz, cartão de crédito, mercado, lazer, salão de beleza, futebolzinho, spotify, netflix.. ou seja, tudo.

⚠️ um cuidado importante ⚠️

Quando eu fiz este exercício pela 1ª vez, eu peguei o gasto mensal e multipliquei por 12 para chegar na conta anual. Desta forma eu esqueci vários gastos que são ‘sazonais’, como ipt, ipva, seguros e por aí vai.

Fazendo esta conta você vai chegar em uma quantia (assustadora). Montei uma tabelinha com alguns exemplos:

Para facilitar o exemplo, vamos imaginar que você tem o custo anual calculado de 69k reais. Quanto você precisaria ter investido para cobrir todos estes custos apenas com o rendimento dos seus investimentos?

Antes mostrarei um dado da exame invest sobre o rendimento de alguns ativos nos últimos 10 anos (de 2011 a 2020):

Ou seja, vamos considerar que todo ano você vai conseguir fazer seus investimentos renderem 6%.

Para que este dinheiro investido não fosse diminuindo a medida que você for utilizando ele para cobrir seus gastos, consideraremos que vamos gastar somente 4pp dos 6% de rendimento.

Calma, se você se perdeu, jaja vem uma tabela para deixar claro.

A conta é: dinheiro investido rendendo 6% ao ano. Você retira 4pp dos 6% para cobrir suas despesas, sobrando sempre o investimento inicial + 2%.

Então como referência, veja esta tabela com custos mensais (e anuais) e qual a quantia necessária para que o seus investimentos💰 cubram seus gastos:

Se você fizer a conta: poderá ver que o investimento necessário (estimado) nada mais é do que seu custo anual multiplicado por 25x.

Isto acontece porque estamos partindo do principio que queremos cobrir esta despesa anual com 4% dos investimentos. E 4% x 25 dá 100%.

Sei que tem várias considerações (pensando em inflação e flutuações tipo covid, eleições etc), mas meu objetivo aqui é dar uma noção/referência para quem nunca fez a conta.

E fazer um modelo que conta com tudo já logo de inicio seria mais um inibidor do que facilitador.

Post inspirado neste conteúdo da Forbes: link

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