Me tornei Pai e tudo mudou

Nunca fui de romantizar a paternindade.

Mas também, nunca tinha feito um exercicio aberto de refletir sobre o quanto e quão profundamente minha filha vem mudando a minha vida.

Primeiro, aconteceu algo óbvio.. chegamos em 2 na maternidade e saímos de lá em 3 🔥

Apesar de óbvio, isso é muito esquisito. A partir deste momento, eu me tornei responsável por alguem.. um novo ser. E é uma responsabilidade absolutamente diferente do que a responsabilidade que eu sentia em relação a minha esposa.

Minha esposa é um individuo independente, assim como eu. E nós escolhemos, por escolha de cada um, ficar juntos.

O nascimento da minha filha me trouxe uma ruptura nesta sensação de “indíviduo”. A partir daquele momento, parece que eu era primeiramente responsável por ela.. e só depois, responsável por mim.. pela minha individualiade.

E se você já conheceu um pai ou uma mãe recente, você pode imaginar que os primeiros 30 dias são.. fisicamente super puxados (privação de sono, cansaço, …) e psicologicamente também (irritabilidade, exaustão, …)

Mas isso tudo passa. É marcante, mas passa.

Pouco a pouco, aquele serzinho que só sabia dormir, mamar, chorar e sujar as fraldas.. começa a interagir com o mundo.

Reconhecer rostos, esboçar sorrisos, emitir sons (que não são de choro), aceitar berços, carrinhos, bebês conforto, caderinhas de carro..

E “do nada”, em meio a longas madrugadas.. “percebi” que 18 meses haviam se passado voando. E esse é um verdadeiro paradoxo da maternidade / paternidade: as noites são longas.. mas os anos são curtos.

É.. impressionante ver uma criança descobrir o mundo. É tanta coragem, tanta criatividade, tanta absorção.. tanta entrega e autenticidade.

E o quanto eles mudam a gente. Minha filha me deu novas prioridades para minha vida, minha carreira.. e inclusive para o relacionamento.

Isso me forçou a ser melhor. E para não deixar vago, vou dar um exemplo:

  • Desde 2018 eu tenho um objetivo anual de fazer minha lista da gratidão. Meu exercicio é nível “fácil”. Então é uma gratidão SEMANAL anotada. Eu nunca atingi 100% de nenhum ano.
    • Aparentemente, 2024 vai ser meu primeiro ano atingindo com o pé nas costas. Por quê? Toda noite antes de dormir, fazemos uma sequênciazinha de oração com minha filha. E a primeira, é justamente reconhecer o que temos por agradecer naquele dia.
    • Para mim, na minha planilha.. no meu caderno, eu nunca consegui fechar as 52 semanas. Sentadinho ali, nós três.. saem 15, 20, 30 motivos por noite.
  • Outra dificuldade sistemática era o bendito exercicio fisico consistente.
    • Este ano tem sido meu ano de maior consistencia até agora. E a explicação está em um texto que eu li sobre criar filhos: “As crianças são absolutamente mais influenciaveis pelo exemplo do que pelas orientações dos pais.”
    • Então o diagnóstico de esteatose não foi suficiente para entrar no eixo, mas.. a minha princesa serelepe tem sido mais do que suficiente.

Claro, voltando a parte de não romantizar.

Tem dias (e também noites) que você beira a insanidade. Seja por cansaço, por birra, por preocupação.. ou por vários motivos acumulados que não estão claros dentro da sua cabeça.

Mas isso também passa. Aquele coração torto desenhado com giz de cera (que sujou o sofa).. aquele abraço inesperado ou até aquela vozinha dizendo: “papai, vem ati”

❤ Este texto é o resumo, do resumo, do resumo destes ~20 meses de Bibi.. e já é dificil entender / explicar o quanto essa mocinha mudou minha vida. ❤

— obrigado meu amor, papai te ama —

Definindo medos para realizar mais

Geralmente no final ou inicio de um ano existe uma tradição de fazer uma listinha de objetivos para o ano.

E pensando nos meus objetivos mais desafiadores e transformadores, a maior barreira para atingi-lo é medo.

Medo do fracasso, medo das consequências (imaginárias e reais) de dar errado, medo do julgamento, entre vários outros MEDOS.

É justamente por isso, que o autor do livro “A semana de 4 horas” e “As Ferramentas dos Titãs” – Tim Ferriss – propõem um ótimo exercício complementar aos objetivos do ano/trimestre: definição dos medos.

Exercício de definição de medos

  1. Defina o medo
    • dê um nome e defina “o que acontece se este medo se concretizar
  2. Defina o que pode ser feito para evitar a concretização deste medo
  3. Defina o que você pode fazer para reparar caso este medo se realize

Em resumo:

A ideia de usar isto em complemento a listinha de objetivos, é justamente ter combustível para realmente fazer o que precisa ser feito para atingir o(s) objetivo(s).

E para dar um empurrãozinho, olha só o que um pensador escreveu a mais de 200 anos:

Citação do filosofo Dostoiévski “As gaiolas são o lugar onde as certezas moram”

Ou seja, uma das interpretações desta citação deste antigo filosofo russo é:

E aí, você tem mais medo de não atingir seu objetivo ou de ficar exatamente como está? 🤓

Como pequenas aventuras diárias podem enriquecer a vida

Uma das linhas do stoicismo tem uma sugestão: faça diariamente pelo menos uma coisa que te dá medo, te assusta ou te deixa com frio da barriga. Eu nunca fui muito partidário desta interpretação ao pé da letra.

Mas olhando pela perspectiva que a vida tem começo, meio e fim. E que no começo da vida estamos cheios de aventuras, fazendo várias coisas pela primeira vez: levantar a cabeça, engatinhar, sentar, falar, andar e tantas outras coisas (para quem não sabe, tô bem familiarizado com as várias etapas que um bebe precisa realizar para ser considerado saudável).

Não existe um porquê para fazer a vida adulta algo monótono.

Então, te faço a pergunta que fiz para minha esposa na época que nos conhecemos no Tinder (e deu certo, heim? Cá estamos.. rumo a 1ª decada juntos):

E isso pode ser qualquer coisa!

Desde escutar um estilo musical diferente, experimentar um café diferente, inventar uma receita nova, puxar papo com alguém do trabalho que você nunca falou, escovar os dentes com a mão contrária, tomar banho de luz apagada, fazer um auto-retrato, gravar seu 1º stories ou tiktok, se balançar, brincar em uma gangorra… não sei, a lista é infinita e depende muito de cada um.

Estas coisas criam uma certa aventura nas nossas vidas e muitas vezes nos ajudam a ver a vida de um jeito mais leve, divertido e alegre.

Dependendo da fase ou do dia, pensar nisso poder ser difícil. A vida adulta é cheia de coisas super eficientes para roubar nossa energia: boletos, imposto de renda, o ônibus cheio, insônia, ansiedade, …

Confesso que.. eu preciso me incentivar para pensar assim. E a minha estratégia vai mudando de tempos em tempos. Tinha uma época que tinha um post-it grudado em um lugar bem inevitável aos meus olhos. Hoje em dia, eu ando usando dois livrinhos que me estimulam a pensar assim:

Foto da capa de dois livros:
1. Uma pergunta por dia - 365 perguntas para 5 anos
2. The Daily Stoic - Ryan Holiday

Apesar de usarem angulos diferentes, afinal o Diario Estoico é um exercicio essencialmente passivo/reflexivo – neste outro post, tem um print de uma página dele.

Já o “Uma pergunta por dia” só agrega valor se você de fato responder cada pergunta. Ambos os livros criam um certo “movimento”. Um convite a pensar e repensar.

É claro, tem dias que.. o único objetivo é esperar que ele acabe.

Ainda sim, até nisso o diario é bacana. Vai que a palavra do próximo 12 de outubro seja diferente 🙌

Então, te deixo a pergunta da imagem: se fosse resumir seu dia em uma palavra, qual seria?

🎁 E se você quiser fazer mais uma coisa inédita, que tal você escrever sua resposta e enviar para o seu eu do futuro?

[Deixei um print de como você poder enviar um e-mail para o seu eu do futuro no Gmail | obs: na prática é um agendamento]


Iniciando a Meditação: Guia prático para pessoas Inquietas

Se você me conhece pessoalmente, provavelmente você já deve ter ficado ansioso porque eu estava falando devagar em algum momento. A verdade é que a minha fala não acompanha meu raciocínio.

As vezes eu sinto que eu estou falando devagar porque o fio que estava conduzindo uma ideia / raciocínio deu curto circuito em outro fio com outra ideia.

Inclusive, na minha atual fase produzindo mais vídeos para o Insta, me peguei usando com muita frequência palavras inúteis como “né” e “é”, como uma clara pausa na fala para que o meu cerebro encontre “a ideia” a ser dita.

Tudo isso para justificar, que eu desejo meditar a vários anos e nunca consegui.

E aparentemente, várias outras pessoas também estão neste trem dos que queriam meditar, mas não conseguem.

A dificuldade pode ser parecida com a minha.

“Não consigo ficar 15m parado. Ou meu pensamento me carrega ou eu durmo ou minha comida queima no fogão ou minha filha começa a chorar.”

🚂🚃🚃🚃🚃

Aos que já conseguem, acreditem, nós admiramos vocês.

Mas.. parece que eu encontrei o jeito de começar a virar este jogo a meu favor.

A meditação de um minuto

A rotina que eu consegui implementar e sustentar por mais tempo ao longo destes últimos ~5 anos tentando é esta gota de meditação / mindfulness.

A grande beleza deste médoto é que ele é MUITO simples e rápido.

São apenas três passos:

  1. Senta (e opcionalmente, você pode fechar os olhos).
  2. Conta de 1 até 60.
  3. Tenta inspirar a mesma quantidade de segundos que expirar.

A respiração e a contagem, são minhas armas para manter minha mente livre das preocupações / ansiedades / medos / ambições por rápidos 60 segundos.

Acho que o principio que me moveu em direção a este tipo de meditação é o mesmo que o James Clear trouxe no seu ótimo livro, o “Hábitos Atômicos”. Você não lê um livro se não ler uma página. Você não lê uma página se não ler a 1ª frase desta página.

Além disso, o autor também sugere que você crie situações que fomentam a prática do novo hábito. Ou seja, quanto mais fácil for, maior a probabilidade de realmente realizar aquele hábito em formação.

Então esta meditação de um minuto acaba sendo simples o suficiente para poder ser feita sem grandes preparações, reservas de tempo, locais isolados ou muita disciplina. E também pode servir como a porta de entrada para este novo hábito.

Se você quiser um empurrãozinho, toma aqui esse vídeo de 60s para você fazer sua primeira mediação hoje.

E para você que já é um 🥷da meditação, recebi boas sugestões de práticas e apps para aperfeiçoar seu hábito. Entre os apps mais citados estão: Calm, Headspace, Balance.

Também falaram de grupos no whats, podcasts no spofity (para meditação guiada) e várias playlists no youtube.

Bora meditar.

O que você faria se não precisasse trabalhar?

Imagina que você é uma daquelas pessoas que comprou aquele bolão da mega-sena da virada e ganhou 50 milhões.

Em uma conta de padeiro rápida, na renda fixa seu prêmio te renderia algo entre 400-450 mil reais todo mês. Dá para pagar as contas, né? 🤣

E aí? O que você faria?

Já pensei tantas vezes nisso e já perguntei tanto isso para as pessoas, que eu quero descer mais um degrau na reflexão:

Considere que:

  • você já viajou o mundo (e já levou quem você queria para onde a pessoa queria),
  • já deu a casa dos seus pais/avós/…,
  • já pagou suas comprinhas (atrasadas e novas)
  • já velejou, saltou de paraquedas, mergulhou, subiu montanha e muito mais
É uma imagem criada por inteligência artificial simbolizando o "jogo da vida". No qual você inicia ao nascer e acaba ao morrer.

Você praticamente zerou seus desejos. Agora você tem que pensar no que você vai fazer na sua segunda-feira normal.

E em uma terça, quarta, quinta, sexta-feira normal? Pegou o espírito da coisa, né?

Mais dificil de dar esta resposta, mas.. essa reflexão é absolutamente poderosa.

Entender o que é um dia normal bom para você, pode te ajudar a criar espaço na sua vida para viver ótimos dias (mesmo sem ter ganhado na mega – afinal.. é improvável que você ganhe🥹).

E reforçando, isso não tem relação nenhuma com ambição, fome de crescimento ou qualquer dedicação para atingir objetivos.

A reflexão é justamente para você não deixar de ser feliz e aproveitar o caminho (quando conseguir), enquanto você persegue seus objetivos maiores.

Inclusive, este post começou a sair dos meus rascunhos depois de ter re-assistido o excelente filme da Pixar Soul (tem no disney+). Se você não viu, pode parar aqui e ir lá ver. E se você já viu, já põem na lista para re-assisitr.

Uma cena do filme SOUL da Pixar: o personagem principal está na fila da "morte".

Além do filme, o ótimo livro, Quietude é a Chave, do Ryan Holiday (que já mencionei em outros posts aqui) também foi importantíssimo para que eu pudesse juntar os pontos soltos na minha cabeça e escrever aqui.

👉 para quem não curte livros deste tipo, o autor do livro fez um resumo curtinho no canal do Youtube dele.

E se ainda sim, você não se interessou pelo Holiday, olha só uma página de outro livro dele (O Diário Estoico) – página 358:

02 de Dezembro: Não Se Importe Comigo, Estou Apenas Morrendo Lentamente
📖 foto + passagem traduzida do livro

Uma foto do livro "o diário estoico" do autor Ryan Holiday. A foto é do dia 2 de dezembro do diario. Esta passagem fala da importância de agirmos como se fosse nosso último ato.

“Permita que cada coisa que você faria, dissesse ou pretendesse ser como aquela de uma pessoa moribunda.”
— Marcus Aurelius, Meditações

(…)

Uma vez que você perceba isso, terá um impacto profundo no que você faz, diz e pensa. Não deixe outro dia passar em ignorância da realidade de que você é uma pessoa moribunda. Todos nós somos. O dia de hoje pode ser aquele em que paramos de fingir o contrário?

Mas afinal, qual é a minha resposta?

Esse é outro post que está nos meus rascunhos e não estava nos planos escrever sobre ele tão cedo, porém.. enquanto eu estava escrevendo sobre o post de hoje, minha irmã mandou uma foto do livro que ela está lendo:

Print de uma conversa de whatsapp entre o autor e a irmã do autor.

Mostrando a convergência de temas sendo pensados em 2 pessoas diferentes, mas no mesmo momento.

Então, já atenado que jaja sai.

Obs: mas já tem uma mensagem subliminar :]

Se você quer atingir objetivos: escreva (no papel)

Pode ser que você nem curta papel e caneta e mal podia esperar terminar a escola / faculdade para nunca mais ser obrigado a fazer anotações no papel.

Mas.. eu acredito que parte do valor que eu consigo trazer para as discussões e para os times dos quais fiz parte, é justamente ajudar a traduzir o complexo ou intangível para algo concreto.

Claro, anotar eletronicamente é melhor do que não anotar nada.

Porém, eu valorizo a liberdade e o risco (de não poder dar CTRL+Z) de fazer anotações no papel. Este processo vai me ajudando a escrever e pensar em sintonia. Além de poder alterar entre escrita, desenhos, fluxos sem precisar ficar me batendo com a usabilidade do(s) aplicativo(s) que já usei (notability, notes, keep, evernote, …)

E só para deixar bem claro: eu uso aplicativos (atualmente estou no Notion). Porém, não abro mão do caderninho e caneta.

Tá, mas.. o post é mais sobre objetivos do que catequizar alguem para usar papel e caneta. E aí, qual a conexão?

Uma pesquisa feita na Universidade da Califórnia em San Diego identificou que as pessoas que registraram seus objetivos (no papel) concluíram em média 73% dos objetivos da lista vs 38% dos que não anotaram.

É quase o dobro de taxa de atingimento.

Por que isso acontece? Ao escrever você precisa traduzir da sua linguagem mental para uma linguagem universal, tipo para português. Ao tornar seus objetivos mais concretos e específicos, naturalmente isso facilita enxergar caminhos práticos para atingi-los. E isso cria um cenário mais favorável para o foco e ação.

Colocar seus objetivos na forma escrita, também gera um compromisso seu com eles. Compromisso incentiva persistência.

Então, se você ainda não anota, experimente!

E para quem está começando, dicas que me ajudaram muito nos últimos 3 anos ao fazer minha lista de objetivos:

  • seja específico,
  • coloque prazos
    (uma data é melhor do que nenhuma data)
  • faça um “plano” para cada objetivo
    (não deixe que a palavra te impeça de fazer.. a 1ª versão do seu plano pode 1-2 coisas que você pode fazer para te ajudar a chegar neste objetivo)
  • E por último, mas não menos importante: revise com frequência 👇

E se você acha que tudo isso é bobagem, deixa eu dar uma carteirada de autoridade (emprestada). Um dos melhores livros que eu já li sobre ser produtivo é o GTD do David Allen.

Um print da amazon do livro "A Arte de Fazer Acontecer" do David Allen.

Ele defende a ideia de que nossa mente não é o melhor lugar para guardar listas e tarefas. Para ele, o cérebro é feito para pensar, não para armazenar. Assim, quando passamos as coisas para o papel, liberamos espaço mental para o que realmente importa.

Ou seja, usar papel e caneta (ou pelo menos tirar da cabeça para algum software) serve não só como ferramenta de organização, mas como aliado para clarear a mente e focar no que é essencial.


Enfrentando a Ansiedade: estratégias práticas

É até estranho escrever este post na sequência de ter escrito o “Que tal não sofrer?” 💥 mas.. eu escrevo sobre o que eu sinto. Então, só posso dizer que este post não foi planejado, mas foi necessário.

Para quem tá chegando agora e não leu (nem lerá) o post anterior, basicamente eu disse que existe uma perspectiva alternativa aos problemas atuais: uma visão mais suave, com menos peso. E eu realmente acredito que isso seja possível para grande parte dos nossos problemas. Eu não explicitei no texto anterior, mas “tirar o peso” dos problemas não é para fingir que eles não existem e sim, ter a cabeça mais “inteira” para poder resolve-los.

Ainda sim, conseguir enxergar essa perspectiva depende de estar equilibrado ou minimamente no controle das nossas emoções.

Então.. o que fazer quando você não se sente no controle?

A verdade é que depende.

Depende da autopercepção descobrir que você ficando mais ansioso, mais nervoso ou mais medroso do que uma faixa “normal”. No meu caso, eu percebo que estou começando a entrar neste estado por um conjunto de sensações: calor, dor no ombro, pensamentos intrusivos.. e o inicio de uma sensação de desespero.

Depois que identifico que estou começando a entrar neste estado, preciso me concentrar para sair dele.

Ferramentas para acalmar a mente

  • Tento racionalizar: “cara, qual o máximo de errado que pode dar?”
  • Faço a respiração 4x4x4 (inspira 4s, segura 4s, expira 4s)
  • Coloco uma das musicas que me trazem concentração
    [cornfield chase 🌽diretamente do filme Interstellar me dá sensação de estar voando dentro da caminha cabeça;
    catch & release 🌊 já essa me dá a sensação de estar boiando no mar dos meus pensamentos e me energizando;
    enfim.. é quase uma playlist regenerativa
    ]
  • Faço algo que me ocupe fisicamente: passear com o cachorro, andar na rua, lavar a louça
  • Tento escrever sobre sobre o que eu estou sentido: motivos, sensações

Algumas destas coisas foram tentativa e erro, algumas aprendi na terapia, outras aprendi usando um app de meditação, outras aprendi vivendo mesmo.

Assim como eu já escrevi que tenho a sensação que fazer terapia já me salvou de ter tido um treco, também acho que o autoconhecimento já evitou e continua evitando que as minhas emoções me dominem e que muitas vezes o estado de estresse me paralise.


Que tal não sofrer? Ou sofrer menos.

Na correria do dia-a-dia não é muito trivial parar para refletir. Afinal existem centenas de tarefas e pensamentos que ocupam nossa mente:

⁃ Aquele boleto que você precisa pagar

⁃ Levar o cachorro para passear

⁃ Aquele email que você precisa escrever

⁃ Seu aniversário que tá chegando

⁃ A visita ao dentista que você tá devendo

⁃ E a lista só cresce…

No “olho do furacão” é difícil colocar as coisas em perspectiva. E que falta faz esse momento de mudança de perspectiva.

Por exemplo:

Cada um de nós é o centro da própria vida, porém em relação ao mundo nós não somos nada.

Essa reflexão aparece na minha cabeça quando o avião decola e você olha para a janela as coisas ficando cada vez menores. Grandes ruas se tornam pequenos riscos no chão, bairros inteiros ficam do tamanho de cartões de crédito e aí o avião atravessa as nuvens e em um piscar de olhos tudo que você vê é um tapete de nuvens estranhamente harmônico.

Neste momento de reflexão, parece que toda aquela importância que eu dou aos meus problemas e conflitos diminuem. É puramente perspectiva. Afinal, naquela “altura” eu não sou nada, meus problemas também não parecem grandes como antes.

Dissecando este sentimento, fico pensando se grande parte das minhas preocupações, medos e ansiedades.. não são na verdade uma falta deste exercício de humildade.

Humildade no sentido de perceber que meu “graaande” problema do momento não é tão grande assim perante ao mundo.

Além desta perspectiva em relação ao mundo, também existe uma perspectiva perante o tempo. A melhor ilustração disso para mim é essa arte da Liz-and-Mollie:

Tenho tentado usar esta reflexão para ser mais leve, mais agradecido.

E com este sentimento, poder usar MAIS o protagonismo da minha vida para cumprir com as minhas obrigações e perseguir minhas paixões ao invés de perder energia me preocupando ou sofrendo.

Um pensamento para um outro post:

“Por que precisamos, geralmente, ir para longe para olhar mais profundamente para dentro?”

👆 concorda?

A paz do trabalho bem feito

Existem poucas coisas na vida que vão te dar o bem estar e a tranquilidade que ter a consciência que você fez o máximo que você pode.

Claro, acho que o professor e filósofo Mário Sergio Cortella foi muito feliz nesta colocação:

“Tá fazendo o possível ou o melhor? Não é o melhor do mundo. É o TEU melhor, na condição que você tem, enquanto não tem condições melhores para fazer melhor ainda.”

Em um mundo ansioso cheio de comparações (Instagram, LinkedIn, Facebook, Twitter, …) o “teu melhor” é talvez a parte mais importante desta reflexão.

É fácil se auto-sabotar ao avaliar o quanto você esta entregando e se isso é “o seu melhor”. Este é um dos motivos que me faz anotar as coisas no papel.

Na maior parte das vezes, eu acho que as coisas estão super claras na minha cabeça.. e ao colocar no papel, percebo que.. muitas vezes não está tão claro assim. (dica extra: esta falta de clareza é absurdamente maior pra mim quando o assunto é sentimento: raiva, frustração, medo, orgulho e etc | então acho que faz uma diferença absurda botar as coisas no papel [e se puder, fazer terapia])

Enquanto eu escrevia este post (que está 1.5 semanas atrasado), tive a felicidade de “tropeçar” em um podcast muito bom sobre este tema.

Inclusive, eu estava um pouco chateado sobre ter atrasado para postar este post.

Mas talvez.. o atraso proveniente de uma agenda um tanto quanto cheia e algumas doses de procrastinação tenham sido um feliz acaso (obrigado universo) para que eu pudesse encontrar essa boa história aí.

O podcast conta uma sequência de histórias reais de pessoas que fizeram o que achavam que tinham que fazer. E a riqueza do episódio é justamente o efeito borboleta positivo que esta ações tiveram na vida das pessoas.

Acho que “a paz do trabalho bem feito” é também a paz de sentir que você está sendo fiel ao que você é (ou ao que você se propõem a ser).

Para que você possa colocar a cabeça no travesseiro a noite e pensar: “Pô, acho que se eu vivesse o dia de hoje de novo.. faria exatamente as mesmas coisas que fiz.


Por que estamos tão ansiosos?

Na última semana eu fiz uma pesquisa no meu instagram sobre as possíveis causas da crescente ansiedade que estamos sentindo e vendo as outras pessoas sentirem.

Essas foram as respostas ☝️

As respostas giraram em torno da tecnologia (redes sociais, smartphones, hiper conectividade) e também dos excessos (informação, noticias, expectativas, medos, comparações).

E isso tudo me lembrou um excelente TED de 2004 do Dan Gilbert:

No TED o professor Gilbert explica um experimento feito sobre “felicidade” e o poder da escolha. E neste experimento a conclusão é que ter escolha pode gerar menos felicidade. (o estudo é mais completo e profundo do que isso, estou simplificando para conectar os pontos)

E aí eu estava usando o Midjourney (IA que cria imagens a partir de texto) e usei a expressão: “ansiedade” e a expressão “abundância de opções” para gerar imagens. E a IA retornou a imagem de capa deste post.

Fiquei abismado com a semelhança entre as imagens geradas de pessoas ansiosas e de pessoas com abundância de opções.

Eu me lembro que passava as aventuras de TimTim, DragonBall Z, Castelo Ratimbum e vários outros 1x ao dia sem flexibilidade. Ou você se programava para assistir aquele horario ou já era.

Também lembro que ir ao médico ou dentista era a experiência de folear as revistas disponíveis, mesmo que fossem de temas absolutamente aleatórios.

Ou seja, naquele momento tinha aquele conteúdo e ponto final. Sua escolha era: ler / ver ou não ver. Hoje você pode escolher ler, ouvir ou assistir a qualquer coisa em qualquer momento, em qualquer língua.

Em 5 minutos a gente já decide consciente ou inconsciente um monte de coisas. E talvez a porta da ansiedade é que ao “ter escolhido algo” estamos escolhendo abrir mão de centenas de milhares de outras coisas. O tempo todo, todo dia 🔔

Calma.

A tecnologia é uma ferramenta. A gente tá se adaptando a nova realidade.

Vou propor algumas maneiras de conscientemente ter um pouquinho mais de poder / controle sobre a ferramenta.

Bele? Bora.

Seu smartphone consegue te mostrar quanto tempo você gasta diaria/semanalmente em cada app. E confia em mim, se você nunca olhou.. se segura na cadeira.. porque é chocante.

Para ver esta tela aqui, varia um pouquinho de acordo com cada celular (marca e sistema operacional).

Para saber como fazer exatamente no seu, pergunta pro ChatGPT usando este comandinho aqui:

Fala chat, meu celular é um [Marca: samsung, iphone, motorola, …] com [sistema operacional tal: ios xx, android xx]. Me dê o passo a passo para encontrar o tempo que eu gasto em cada app que tenho instalado.

Saber quantas horas você gasta por dia ou por semana em cada app pode te ajudar a entender ONDE você geralmente está quando acessa este app ou até O QUE você está fazendo.

E alguns aparelhos também permitem que você coloque uma meta ou até um limite de uso diário para cada aplicativo. E praticamente todos permitem que você remova as notificações 🏆

E para fechar, o mais importante de tudo.

James Clear, autor do Hábitos Atômicos diz que nossos cérebros são muito bons em economizar energia. Logo, a gente vai sempre fazer o que é mais fácil.

Então você pode preparar seu ambiente para que seja mais fácil fazer algo saudável do que se entregar ao hábito não saudável.

Por exemplo, vamos supor que você passa 1h por dia no TikTok ou Insta deitado na cama antes de dormir. E se você deixar o carregador do celular pra fora do quarto, te forçando a deixar ele carregando lá fora e ter que fazer outra coisa no quarto?

Eu particularmente não acredito muito em soluções radicais (apaga tudo, nunca mais acessa.. e tal). Acho que a tecnologia tá aí e o mundo vai usa-la.

Meu ponto é: pequenas mudanças conscientes. Acho que isso pode nos ajudar demais a aliviar essa panela de pressão na nossa cabeça :]