Confesso que não tinha planejado fazer este post aqui no blog. Originalmente eu fiz anotações sobre este episódio do IdeaCast no Notion.
Mas quando eu vi o link de compartilhamento “publico” do notion… imaginei que poucas pessoas se sentiriam seguras de clicar (ele tem uma carinha feia). De qualquer maneira, vou deixar o link original aqui:
Bom, vamos ao que interessa.
Neste episódio do HBR IdeaCast, o professor de Wharton Ethan Mollick fala do aumento de produtividade que modelos de inteligência como ChatGPT vem proporcionando para indivíduos e profissionais.
Eu acabei anotando 8 pontos principais da entrevista:
- Revolução dos Modelos de Linguagem: A entrevista inicia com a discussão sobre o papel transformador dos Modelos de Linguagem, especialmente do GPT-3 e suas variantes, que podem produzir texto coerente e útil. A comparação feita atualmente é que estas inteligências podem gerar um impacto similar na economia/sociedade que a internet causou.
- Híbrido entre humanos e IA: O professor Ethan Mollick sugere um cenário futuro em que humanos e IA trabalharão juntos, com IA auxiliando em tarefas que envolvem a geração de texto ou outros conteúdos complexos. Ele chama isso de “modo híbrido”, onde a IA é uma extensão do usuário, auxiliando nas tarefas do dia-a-dia.
- Transformação no trabalho: A IA tem o potencial de mudar significativamente o trabalho, particularmente em tarefas que envolvem produção de texto. A IA pode liberar as pessoas para tarefas mais criativas e estratégicas, automatizando tarefas rotineiras e repetitivas. Mollick também sugere que esta transformação possivelmente aumentará a felicidade e/ou satisfação das pessoas.
- Implicações para contratações:
- a IA tem o potencial de tornar todas as pessoas de uma célula mais produtivos. Destacando que pessoas de baixo / médio rendimento poderão atingir bons resultados ao trabalhar junto com a IA. E também destacando que talentos da sua empresa potencialmente também terão um aumento de produtividade,
- surgimento de uma nova função: o perguntador profissional (AI whisperer em inglês ou até engenharia de prompt).
- Importância da Experimentação: Mollick enfatiza a importância da experimentação individual com a IA para entender o seu potencial e limitações. Ele sugere que as pessoas comecem a usar ferramentas como o ChatGPT para realizar tarefas do cotidiano: escrever emails, atas de reunião, ajudar a fazer brainstorming, propor soluções para problemas difíceis, etc.
- Desmistificando a IA: O professor ressalta que não há necessidade de ser um programador ou especialista em IA para utilizar ferramentas como o ChatGPT (GPT-3 / GPT-4) ou BingAI. O sistema é projetado para ser usado em linguagem natural, facilitando seu uso para todos.
- As pessoas podem usar incorretamente no inicio e desistir de usar. O professor cita 3 exemplos de uso de caso que não aproveitam o máximo da tecnologia e frustram os novos usuários:
- Usar como usa o google (o restaurante tal tá aberto hoje? quem ganhou a copa de 2023?)
- Usar como Siri / Alexa (fazendo perguntas engraçadinhas)
- Fazer perguntas específicas ou factuais (qual minha biografia, quem pisou na lua primeiro)
- As pessoas podem usar incorretamente no inicio e desistir de usar. O professor cita 3 exemplos de uso de caso que não aproveitam o máximo da tecnologia e frustram os novos usuários:
- Riscos da IA: Mollick também aborda os riscos da IA, como a propensão para criar conteúdo falso (alucinação) e questões éticas e morais. Ele também menciona a necessidade de se entender melhor o impacto a longo prazo da IA nos empregos e na sociedade.
- O Futuro da IA: O futuro da IA parece promissor e desafiador, com desenvolvimentos contínuos em modelos de linguagem e aplicação dessas tecnologias em várias áreas. Entretanto, Mollick aconselha as organizações a começarem a planejar e experimentar com essas tecnologias o mais cedo possível, inclusive sugerindo que a gestão fomente a adoção desta tecnologia.
Estes foram meus principais pontos de aprendizado. No final do post, tem o link do podcast completo.
Também vou deixar aqui os 14 “aprendizados” que o modelo GPT4 (ChatGPT versão paga) fez em cima da transcrição “bruta” da entrevista:
- O professor Maalik destaca a evolução do ChatGPT, observando que, com o tempo, o modelo se tornou mais útil, ao ponto de ser comparado a um aluno de destaque.
- Ele menciona estudos preliminares que indicam um aumento na produtividade entre 30 a 50% em escrita de negócios e programação, com a ajuda do ChatGPT e ferramentas similares.
- O professor discute a gama ampla de aplicações da IA em empresas, variando de escrever código de computador e documentos a geração de ideias para marketing e análise de indústrias.
- Ele sugere que empresas precisam explorar como podem se beneficiar desta tecnologia, com a criação de políticas e estratégias para sua implementação. Maalik sugere um “programa de pesquisa acelerada” para entender como o ChatGPT pode ser útil dentro de uma organização.
- O professor argumenta que, mesmo que o uso do ChatGPT seja individual neste momento, ele acredita que veremos mais e mais uso organizacional no futuro.
- Ele enfatiza que as empresas precisam estar conscientes da presença do ChatGPT, uma vez que muitos indivíduos estão usando essa ferramenta sem o conhecimento de seus empregadores para cortar a quantidade de tempo gasto em tarefas de trabalho.
- Maalik também menciona que há um potencial para a disrupção especializada no futuro, dando o exemplo do modelo médico do Google que oferece conselhos equivalentes a médicos para pacientes com doenças comuns.
- Finalmente, ele destaca a oportunidade para o trabalho híbrido, onde humanos e IA trabalham juntos para aumentar a produtividade e a qualidade do trabalho, enquanto automatizam as partes menos interessantes das tarefas.
- Implicações para a contratação: Mollick identifica quatro cenários possíveis no uso do GPT. Primeiro, o GPT pode aumentar a produtividade de todos, o que influenciaria na contratação de profissionais altamente talentosos capazes de operar os chatbots. Segundo, o GPT pode tornar os melhores trabalhadores ainda mais produtivos, sugerindo uma maior contratação de “estrelas”. Terceiro, pode nivelar o trabalho, fazendo com que os desempenhos ruins sejam equivalentes aos bons, pois o chatbot ajudaria a resolver problemas. Por último, pode haver um papel futuro de “engenharia de prompts” onde algumas pessoas serão muito boas em obter trabalho de AI, e mesmo que não sejam os melhores trabalhadores tradicionais, teriam muitas vezes mais produtividade.
- Uso do GPT no trabalho diário: Mollick sugere que os gerentes experimentem o GPT para automatizar tarefas tediosas, como escrever memorandos ou gerenciar reuniões. O professor observa que quando as pessoas têm seu momento de “aha” com a ferramenta, percebem como ela pode mudar seus trabalhos.
- Medos e desafios: Mollick assegura que não é necessário ser um programador ou entender completamente os modelos de linguagem de grande porte para usar o GPT. Ele recomenda que os trabalhadores descubram o quanto de seu trabalho eles podem automatizar para entender a exposição e o risco à tecnologia. No entanto, ele adverte que o GPT pode “alucinar” ou criar fatos, então é importante usá-lo em áreas bem conhecidas no início.
- Riscos: Mollick ressalta que o GPT pode criar informações convincentes, mas falsas, o que levanta questões de responsabilidade. Ele também questiona questões éticas, como a possibilidade de plágio e o uso de AI para criar deepfakes, além das implicações de automação no trabalho.
- Tecnologias futuras: Mollick antecipa o lançamento do GPT-4 e outras aplicações de processamento de linguagem natural de outras empresas. Ele também menciona a possibilidade de modelos baseados em difusão para criar imagens e vídeos, bem como interfaces de usuário descritas em poucas frases.
- Aconselhamento para empresas: Por fim, Mollick aconselha as empresas a não esperarem por todas as respostas para começar a experimentar com a tecnologia. Ele enfatiza a importância da experimentação e da elaboração de documentos estratégicos, sempre com ética e em conformidade com a lei.