Recentemente eu recebi uma pergunta inesperada de um candidato ao final de uma entrevista. Ao final da nossa conversa de 25 minutos, agradeci a participação do candidato e abri para eventuais perguntas que ele pudesse ter (geralmente sobre a função, empresa, time). Sem ter muita dúvida, ele me olhou e perguntou:
“Que dica ou contribuição você daria para alguém como eu?”
Sabe quando seu computador aumenta a velocidade do ventilador e faz barulho porque está com o processamento alto? Foi assim que me senti. Afinal, o que era “alguém como eu” naquela situação? E além disso, a “minha visão” de vida, meus objetivos, minha trajetória, meu propósito, meus fracassos, meus círculos foram e sempre serão fundamentais para embasar o que eu faria e que busco.
Assim como o computador, parece que o meu cálculo mental se acalmou e depois destes breves segundos refletindo, ficou claro para mim que a clareza/profundidade que eu tinha sobre a pergunta derivava da minha busca constante por tentar me compreender, por buscar propósito e por perseguir felicidade.
E para mim, toda esta busca, tentativa e perseguição tem um nome: autoconhecimento
Acredito que o autoconhecimento seja muito mais uma jornada do que “só” uma habilidade. Ou seja, não acredito que exista o dia e que você diz: “Pronto, sou proficiente em autoconhecimento. Vou por 100% lá na minha ‘lista’ de habilidades.”
Buscar o autoconhecimento é uma jornada contínua, individual e bastante personalizada. Depende muito (para não dizer exclusivamente) de você. De se interessar e se conscientizar sobre o que desperta curiosidade em você, o que te drena energia, o que te incomoda/irrita, quem são as pessoas que você admira e porquê.
Tudo isso acaba sendo muito importante para sair do seu inconsciente, ir para o seu consciente e te permitir agir e não só RE–agir. Também vai te permitir ir criando, pouco a pouco, a clareza dos seus objetivos e também pode te ajudar nas mais diversas áreas da sua vida pessoal / profissional.

E foi um pouco deste raciocínio que eu construí na conversa com o candidato. Dizendo que para mim, na minha trajetória pessoal e profissional, autoconhecimento fez muita diferença. Me fez enxergar que pessoas que despertaram para esta busca são muito valiosas para ter por perto.
E só para você ter certeza que isto não é algo exclusivo da minha cabeça, vejam que a VOCÊ S/A de agosto de 2019 também abordou o assunto na sua matéria de capa (link da versão reduzida da matéria da revisa).
Para quem ainda quer mais.
Ainda pretendo explorar um pouco mais o assunto em um próximo texto. Se você se interessou, vou deixar um artigo muito bom do Lucas de Melo da MindMiners trazendo algumas técnicas/testes comuns sobre autoconhecimento.
E lembre-se, o passado já tá definido, mas o futuro tá aí para a gente definir:
